Cunha celebra os 50 anos da cerâmica de alta temperatura com festival

Com início em 13 de junho, evento se estende até o feriado de Corpus Christi e homenageia a trajetória da cerâmica local

Por Da Redação
13 jun 2025, 14h00
Tradição japonesa e criatividade brasileira se encontram há 50 anos nos ateliês de Cunha
Tradição japonesa e criatividade brasileira se encontram há 50 anos nos ateliês de Cunha (Festival da Cerâmica de Cunha/Divulgação)
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Cunha, no interior de São Paulo, realiza entre os dias 13 e 22 de junho a edição de 2025 do Festival da Cerâmica, evento que integra o calendário cultural da cidade e é considerado um dos mais relevantes do setor no país. Este ano, a programação destaca os 50 anos da construção do primeiro forno Noborigama na região, um marco que consolidou Cunha como referência na cerâmica de alta temperatura.

A data será celebrada com uma série de atividades que relembram a trajetória dos primeiros ceramistas a introduzir técnicas orientais na cidade. A arte que representa esta edição do festival é assinada por Alberto Cidraes, um dos nomes ligados à construção do primeiro Noborigama em Cunha, na década de 1970. Atualmente, o município concentra seis desses fornos, o maior número fora do Japão.

Alberto Cidraes é um dos pioneiros da cerâmica em Cunha
Alberto Cidraes é um dos pioneiros da cerâmica em Cunha (Festival da Cerâmica de Cunha/Divulgação)

Entre os destaques da programação está a tradicional abertura de fornada no Ateliê Suenaga e Jardineiro, marcada para o dia 14. Nos dias 19 e 20, o festival promove palestras com ceramistas locais. Uma delas, conduzida por Cesar Augusto Barbosa, aborda a trajetória da cerâmica em Cunha; a outra, com Augusto Campos e Leí Galvão, trata do funcionamento dos fornos Noborigama. Também no dia 20 será exibido o documentário 50 anos de Forno Noborigama em Cunha, dirigido por Gabriela Fernandes e Renata Pegorer.

Segundo Giltaro Suenaga Jardineiro, integrante da segunda geração de ceramistas e um dos organizadores do festival, a história de Cunha está profundamente ligada à cerâmica – uma tradição que se transformou com a chegada de artistas de outras regiões e, hoje, se renova por meio de projetos de formação de novos talentos.

Feira, oficinas e exposições integram programação

Com apoio da prefeitura e do Instituto Cultural da Cerâmica de Cunha (ICCC), o evento deste ano contará com uma programação diversificada para atender visitantes em busca de arte e cultura. Mais de 50 atividades estão programadas, incluindo palestras, workshops, exposições e aberturas de forno.

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A Feira da Cerâmica, principal atração do festival, será realizada no Parque Lavapés entre os dias 19 e 22 de junho, reunindo artistas de diversas regiões do país que expõem e vendem seus trabalhos ao público.

A Feira da Cerâmica atrações para o público que visitar a cidade no feriado de Corpus Christi
A Feira da Cerâmica traz atrações para o público que visitar a cidade no feriado de Corpus Christi (Festival da Cerâmica de Cunha/Divulgação)

A programação inclui ainda demonstrações ao vivo de técnicas de modelagem, escultura e pintura, além de competições que premiam as peças mais altas e de maior diâmetro. Apresentações culturais, como shows musicais, capoeira e congada, e opções variadas de gastronomia, também fazem parte do evento.

Durante todo o festival, a Casa do Artesão abriga a exposição René Le Denmat – Torneando Histórias, com obras do ceramista francês e das artistas Hideko Honma e Kimiko Suenaga, que utilizam referências da tradição japonesa.

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No dia 21, será realizada a abertura de uma fornada no ICCC, com a presença de artistas de Cunha e de outras localidades. As peças serão queimadas em um forno do tipo Smokeless, com retirada dos trabalhos diretamente do forno a lenha.

As palestras, demonstrações e feira são gratuitas ao público. Já os workshops necessitam de inscrição, cada um apresenta um preço diferente, que varia de R$ 150 até R$ 1 200. e a programação completa no site do Festival e no Instagram do evento.

Cerâmica como identidade cultural

Cunha tornou-se um dos principais polos de cerâmica artística do Brasil após a chegada de ceramistas japoneses em 1975. Desde então, a cidade ou a atrair artistas interessados em técnicas de queima em forno a lenha Noborigama, método originário do extremo oriente que permite alcançar temperaturas superiores a 1.400 °C e produz peças com acabamento único. A queima pode durar mais de 30 horas e o processo de resfriamento ocorre ao longo de três dias. Após esse período, as peças são retiradas do forno e disponibilizadas para visitação nos ateliês.

O processo de queima no forno Noborigama exige precisão e paciência
O processo de queima no forno Noborigama exige precisão e paciência (Festival da Cerâmica de Cunha/Divulgação)
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Como chegar em Cunha

Cunha fica a cerca de 230 km da capital paulista. O o pode ser feito pela Rodovia Presidente Dutra (BR-116), saindo pela altura do km 65, em Guaratinguetá. A partir dali, o trajeto segue pela Rodovia Paulo Virgínio (SP-171). Para quem viaja de ônibus, o desembarque também é feito em Guaratinguetá, de onde partem linhas intermunicipais até Cunha. Os horários devem ser consultados diretamente na rodoviária.

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